Fernando Morais dá
palestra na Faculdade Cásper Líbero e fala sobre nova obra que discute a
política de Cuba
Fernando Morais é um ótimo contador de
histórias, mas histórias reais. Ele soube retratar a vida de grandes
personagens como Olga Benário e Chatô. Além de
revelar a fechada Cuba para seus leitores ao escrever A Ilha. Livro que é fruto de sua viagem ao país socialista em 1975, enquanto o Brasil estava em
plena ditadura militar.
Com toda sua humildade e informalidade
fez uma palestra do dia 6 de outubro na 19ª semana de jornalismo da Faculdade
Cásper Líbero para contar aos alunos detalhes sobre sua carreira no jornalismo
e da produção de seus livros sobre a reclusa ilha de Fidel Castro.
Após quase 30 anos de A Ilha, Cuba volta a ser tema de um
livro-reportagem do autor. Seu mais recente lançamento, Os Últimos Soldados da Guerra Fria, foi um dos temas comentados em
sua palestra. O livro fala sobre o alongamento da guerra fria com a Rede Vespa,
grupo de 15 agentes secretos cubanos que invadiram os Estados Unidos para
impedir ataques terroristas ao governo de Fidel.
O livro retrata, do lado americano,
os Anticastristas, grupo de oposição à Fidel Castro
composto em sua maioria por cubanos que viviam nos Estados Unidos e serviam ao
FBI. O principal responsável pelos maiores ataques anticastristas foi Cruz
Léon, entrevistado por Morais na penitenciária de Havana. Ele disse “Não sabia
o que estava fazendo, só queria explodir tudo como Sylverter Stalone em seus
filmes”.
O
livro não narra apenas as “aventuras” dos agentes secretos, mas também faz uma
análise sobre a relação política entre Cuba e Estados Unidos desde a revolução
de 1959 que levou à derrubada do ditador Fulgêncio Batista e a implantação do
sistema socialista.
Os Últimos Soldados da
Guerra Fria não é
apenas uma reportagem nem apenas um dossiê com informações reunidas. É um
relato detalhado do que parece ser uma aventura de espiã digna de filmes
norte-americanos com estrelados por grandes atores.