sábado, 26 de janeiro de 2013

Invisível



Você deve participar. E é isso que Charlie faz no filme As Vantagens de Ser Invisível. O longa baseado no livro homônimo conta a história de Charlie através de cartas mandadas a um estranho. O garoto tem 15 anos e está partindo para o primeiro dia do ensino médio e é ai que a história se inicia. Quando Charlie segue o conselho de seu único amigo, o professor de inglês avançado, e decide deixar de ser um invísivel, uma flor na parede, para interagir e encontrar amigos. Ele encontra seu lugar ao lado dos excluídos  da escola, o grupo dos sem lugar na sociedade. Vivendo uma vida com álcool, drogas, muita música e Rocky Horror Picture show.

Atuando como diretor pela segunda vez, Chbosky roteiriza seu próprio livro. E mesmo assim, o longa não segue tão à risca o romance em forma de cartas. Mas as imagens traduzem bem a essência de Charlie e ajuda o espectador a entender a dor de um garoto traumatizado que vive fora do circuito tradicional de adolescentes americanos de ensino médio. Através da leitura e a vivência com seus amigos Charlie vive uma jornada de autoconhecimento e  amadurecimento, na tentativa de  superar seus traumas.

O foco dos livros é deixado  um pouco de lado no filme, assim como sua relação com o professor deixa de ser tão íntima já que no livro ele o chama de Bill e no filme o chama pelo sobrenome. Os holofotes ficam mesmo para a relação com seus amigos. A trama não se baseia apenas em primeiro amor, drogas ou relação homossexuais. A história levanta a questão de como se ama e como "aceitamos e amor que achamos  que merecemos" e sua relação com um garoto sincero e bondoso que carrega dentro de si uma grande mágoa por perder seu melhor amigo que se matou e perder sua tia em um acidente traumatizante.

O elenco não deixa nem um pouco a desejar. Mesmo sabendo quem estava no elenco quando li o livro, não deixei de imaginar Ezra Miller no papel de Patrick. Eu mesma já tinha dito que este seria o filme do Kevin em que a Hermione pegava o Percy Jackson. Mas os atores se mostraram muito ligados aos seus personagens. Emma Watson não parecia nem um pouco com a estudiosa bruxa e Logan Lerman soube mostrar com perfeição o frágil jovem e deixou de lado sua faceta de herói. A sintonia entre os atores realmente transparece na tela e é de grande importância para a trama.

Parte importante do filme é sua trilha sonora baseada nas músicas citadas no livro. Estas passam de meros sons do filme para ilustrações de sentimentos dos personagens. E não estamos falando de qualquer música, se lembre que a história se passa no início nos anos 90.

Por mais que não tenha sido exatamente como o livro e como esperado pelos leitores o filme faz passar pelas imagens o sentimento do jovem que parte dos espectadores conhecem das páginas emociona aqueles que o conheceram apenas na telona.

Ps: Para quem leu o livro, o filme pode ser diferente, mas não decepciona. Para quem amou o filme, o livro é uma ótima indicação de leitura.

Um comentário:

  1. gostei muito da resenha, como foi dito e' muito interessante mesmo ver como o Logan Lerman atua, se relacionando com todos os sentimentos que o Charlie sente, de ter perdido o melhor amigo e a tia, de querer ter algum amigo e nao ficar sozinho no fim, vou comprar o livro para poder fazer essa comparação também, quero ver se vai sair a resenha sobre o tarantino haha

    ResponderExcluir